quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Paulão Thomaz, rocker sem pátria!


Paulão Thomaz, baterista e fundador das bandas Centúrias, Firebox, Cheap Tequila, Baranga e Camboja, além disso, uma pessoa que há 35 anos vive o cenário da música pesada brasileira e que conquistou seu espaço com muita pancada nos couros de seu instrumento e com isso, acabou se tornando referencia em sua arte. Além disso, Paulão é um cara tranquilo e com muito boa vontade nos concedeu a entrevista a seguir.

Heavy Metal Breakdown: Antes de começarmos, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale-nos sobre você e suas atividades.
Paulão Thomaz: Aeee bro valeu! Toco bateria há 35 anos, sempre no Rock, minha primeira banda foi o centúrias gravamos a coletânea SP Metal "e dois discos, o EP Última Noite e o Ninja, todos pela Baratos Afins, depois fui para banda Heavy Metal Firebox, gravamos apenas um disco, isso tudo nos anos 80, gravei um CD com a banda de Rock´n roll, Cheap Tequila também com um CD isso já nos anos 90. Agora estou no Baranga desde  2000, já lançamos cinco CDs, toco também no Kamboja, e estamos gravando o CD de estreia, mas temos um EP com quatro músicas lançado, e gravei também coma banda Mano Sinistra um projeto de viola Rock do Ricardo Vignini, importante músico paulista. isso é um resumo da minha carreira.

HMB: Quais são suas lembranças do cenário nos anos 80?
Paulão: Muito boas! Muitas bandas autorais e em português acontecendo. Harppia, Centúrias, Salário Mínimo, Golpe de Estado, Vírus, Platina e muitas outras. Rock in Rio1. Maravilhoso, tocávamos em teatros, não havia essa coisa de bar infestado de bandas cover. Lembro que havia um teatro aqui no Paraíso (bairro tradicional aqui em São Paulo) chamava-se Teatro Mambembe, os shows eram de terça feira e lotava, vi o Sepultura lá bem no início. Enfim foi muito bacana ajudar a fazer essa história do Metal brasileiro.


HMB: E qual é a sua visão, hoje, do cenário da musica pesada nacional?
Paulão: Como sempre estamos no Underground, o Brasil não é o país do Rock, mas existe uma cena sim, há bons festivais, produtores que fazem shows mesmo com muita dificuldade. Mas estamos ai, como fãs e músicos do bom e velho Rock´n Roll pesado, gravando, tocando música autoral e lançando CDs acho que isso já é um grande avanço, e vamos em frente, fazemos por amor ao rock.

HMB: Mesmo com a indústria musical em franco declínio, você acha que o fã de rock ainda é capaz de sustentar o seu cenário consumindo produtos e merchandize de suas bandas preferidas?
Paulão: Consumir os produtos da banda e comparecer aos shows é a única saída.

HMB: Você foi batera do Firebox, banda que fez certo alarde na época do lançamento da demo Starting Fire, porém, com o lançamento do primeiro álbum, Ou of Control, você se desligou da banda, sua intenção era justamente fazer um trabalho mais voltado ao Rock´n Roll, como no Baranga?
Paulão: O Firebox era uma banda muito boa, mas com a saída do Luiz Mariuitti (baixo) que foi para o Angra, a banda perdeu a química, houve alguns desentendimentos com o Michel que era o líder causando a minha saída. Eu estava desiludido com o Heavy Metal, não gostava do direcionamento músical, aquela moda do metal melódico me fez sair do estilo, na verdade eu sempre ouvi muito Rock´n Roll, Slade, Status Quo, Made in Brazil, Patrulha do Espaço e metal anos 80 que era mais cru e direto, ai resolvi tocar um som que me identificava mais e estou até hoje tocando o que eu gosto que o Rock direto sem firulas.

HMB: E com o Baranga você conseguiu seus objetivos musicais?
Paulão: Em parte sim! Fizemos cinco ótimos discos em português, uma banda verdadeira. Abrimos para o Motorhead por duas vezes, fomos ao Chile e muitos shows bons por aqui. Então não posso reclamar. Em outro sentido, fico um pouco frustrado pela falta de profissionalismo, uma banda como a baranga devia ter crescido mais, faltou produtor, empresário, porque chega um momento que a banda para e isso não é bom! Entendeu? Coisas de Brasil.


HMB: Porque você resolveu não participar da volta do Centúrias?
Paulão: Acho que tive o meu momento lá, tenho o maior orgulho porque o Centúrias me deu o que sou hoje, sem querer fizemos história, hoje vou ao show deles e me emociono. Como aquelas músicas são boas... Mas estou afim de outras coisas no Rock e estou fazendo, mas amo aqueles caras.

HMB: Como vem sendo a aceitação dos shows do Baranga?
Paulão: Mesmo tendo, em alguns momentos, problemas técnicos de som, os shows da Baranga, tem muita energia e carisma e esse sempre foi o forte da banda, o lance ao vivo é muito forte, ultimamente o público tem se ausentado dos shows, devido a vários fatores, grana, bares com bandas cover, muitos shows gringos, mas estamos ai na luta, espero que seja uma fase.

HMB: Bandas cover se tornaram uma reclamação recorrente aqui no blog e nas midias sociais em geral. Você acha que o brasileiro é culturalmente influenciado a acreditar que os trabalhos feitos por aqui são de menos qualidade, ao ponto de valorizarem uma cópia, muitas vezes mal feita, dos seus ídolos internacionais?
Paulão: Com certeza sim, as pessoas falam mal dos donos de bar, mas não é culpa deles! É cultural sim e acho que não vai mudar, o gringo é sempre melhor por incrível que pareça até o cover (risos) Já vi bandas sofríveis tocando com a casa cheia, como também tem excelentes bandas eu mesmo faço tributo ao Lynyrd Skynyrd, nada contra, o cover isso sempre existiu, mas trocar totalmente o apoio a essas bandas em detrimento ao som autoral é demais, por outro lado não ha bandas, de qualidade, suficiente para cobrir as noites em todos os bares então o cover é importante. O problema é a total desvalorização do som autoral, temos ótimas bandas por aqui cantando na nossa língua e estamos precisando disso. O país esta falindo e o Rock tem sim, seu papel social também, eu e as bandas que toco se preocupam com isso e não vamos desistir principalmente o Kamboja, que tem em seus temas algumas músicas que tratam da nossa realidade.

HMB: Porque cantar essencialmente em português?
Paulão: Acho que tudo é o objetivo da banda, no meu modo de ver acho legal cantar no seu país uma língua em que todos entendam, veja bem no brasil poucos falam e entendem bem em inglês, certo? Então como passar o recado se não temos uma segunda língua aqui e agora mais que nunca temos que passar o recado em português. Qual a música mais conhecida do Dr. Sin? Futebol, Mulher e Rock´n Roll. A do Korzus? Correria e Catimba! São dois exemplos muito fortes do que estou dizendo.


HMB: E não seria até mesmo por causa das bandas cantarem em inglês, uma forma de acentuar esse lado xenofilista que o brasileiro tem?
Paulão: Sim, com certeza! Essa coisa terçeiro mundista nos afeta muito, não vamos ser hipócritas e falar em 100% nacionalistas, porque não somos! Mesmo porque o Rock não é brasileiro e eu mesmo gosto de muita coisa estrangeira. Mas estamos falando em Rock brasileiro, ai eu acho que tem que ser em português, o Ratos de Porão  faz turnês há muitos anos na Europa cantando em português, ai você fala no Sepultura. Bom ai é outra história, igual a eles nunca mais.

HMB: Você acha que dificilmente alguma banda daqui vai chegar a um patamar equivalente ao Sepultura? Eu acredito que com a estrutura e o investimento certos, isso pode acontecer.
Paulão: Não sei não! Acho muito difícil, o Sepultura estava no lugar certo na hora certa e principalmente com os caras certos, Max e Igor, eu os vi no Aeroanta (casa de shows  dos anos 80 aqui de São Paulo) e nunca havia visto nada igual, era muita adrenalina e carisma juntos. Isso acho que acontece em 1000 anos (risos). Temos bandas com certo sucesso, mas mano, o Sepultura influenciou os gringos, nunca mais vai acontecer isso em termos de Rock.

HMB: Entendi o seu pensamento. Como você se vale das redes sociais para divulgar o seu trabalho?
Paulão: É o Facebook é legal pra divulgar trampo, shows, marketing pessoal, divulgar os endorses. Mas não me iludo não, neguinho fala que tem 1000 likes no vídeo ou no CD, mas na hora do show vão 50 pessoas (risos), o cara não tira a bunda da cadeira pra ir ao teu show, entendeu?

HMB: Então não existe Rock sem muito trabalho duro?
Paulão: Claro que não! A não ser com muita grana pra comprar jabá, mas mesmo assim tem que ter música boa e consistente.

HMB: Nada mais ligado ao rock que a santíssima trindade: cerveja, mulher e Rock... Você acha que, uma banda não tem como errar dentro desse quadro?
Paulão: Acho que já esta desgastado, acho legal ter uma ou outra música com esse tema, mas não ser o principal , isso tudo já esta desgastado.


HMB: Quais são as diferenças líricas do Kamboja e do Baranga?
Paulão: O Baranga sempre foi mais focado na diversão cerveja, mulher, carros. O Kamboja tem uma ou outra assim, isso é inerente ao Rock, mas temos também letras com temas mais sociais, como a hipocrisia da sociedade, a mentira dos políticos e realidade brasileira, acho que estamos precisando protestar uma pouco, não da pra ficar mais alienado.

HMB: Então, a música é um excelente veículo para o protesto?
Paulão: Pode ser sim um veículo de conscientização, mas sem exageros pra não ficar panfletário e chato. Rock´n Roll é diversão também.

HMB: Você sente uma evasão do público nos seus shows?
Paulão: Infelizmente sim, são muitos os fatores que levaram a isso , espero que melhore, situação financeira, shows gringos, covers, etc.


HMB: Planos para o futuro?
Paulão: Continuar gravando, tocando. Enfim, continuar na estrada espalhando a ideologia Rock´ n Roll.

HMB: Resuma Paulão Thomaz em uma frase ou palavra.
Paulão: Rocker sem pátria (risos).

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixa aqui uma mensagem para os nossos leitores.
Paulão: Opa! Obrigado a você. Foi uma boa entrevista perguntas inteligentes, valeu mesmo! Prestigiem as bandas brasileiras, tem muita coisa boa, confiram algumas; Carro Bomba, Kamboja, Baranga, Cracker Blues, Salário Mínimo, Centúrias, Dr. Sin, Korzus, Torture Squad, A.V.C., Golpe de Estado, Saco de Ratos, Makinária Rock e muitas outras. Abraço a todos os leitores, obrigado!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Débora Nunes, eu aprendo, eu me renovo, me reinvento.


Débora Nunes, vocalista da banda relativamente nova, Lascia. Com uma clareza imensa de ideias e posições muito claras a respeito do que quer para sua banda e sua música, Débora nos brindou com uma conversa franca e muito proveitosa. Confiram!

HM Breakdown: Olá Débora, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale-nos sobre você e suas atividades.
Débora Nunes: Obrigada, é um imenso prazer participar dessa conversa. É sempre um pouco complicado falar de nós mesmos (risos), vamos la!
Sou bastante determinada, gosto de correr atrás de tudo que idealizo, sou bastante focada, criativa, um pouco pilhada até, amo música, amo cantar e amo filmes de terror.
Eu sou bacharel em comunicação social e artes, radio e televisão, trabalho também com produção de TV e atuo como vocalista da banda Lascia.
A arte e a música sempre me atraíram, com 14 anos consegui realizar o sonho de estudar música, violão, teclado e então parti para aulas de canto, no decorrer dos anos fiz aulas de coral, canto popular, técnica vocal, por sete anos e canto lírico, logo montei minha primeira banda e daí para frente passei a tocar em diversas bandas covers, até me encontrar definitivamente na Lascia.

HMB: E porque você se resolveu pela comunicação social?
Débora: Por incrível que pareça foi aos 45  do segundo tempo, eu estava pronta para seguir carreira em ciência da computação quando me ocorreu que eu queria algo mais dinâmico, e aí o curso de comunicação tinha muito a me oferecer, incluindo como lhe dar com as pessoas de forma geral, em especial rádio e televisão era um conjunto de tudo que eu admirava e tinha curiosidade de aprender e saber como funcionava além de na parte técnica me oferecer muito conhecimento, isso ia me fornecer os pilares essenciais  para desenvolver qualquer trabalho artístico com qualidade e objetivo.


HMB: E dentro desses trabalhos artístico e fora a banda, você tem planos para esta área?
Débora: Eu trabalho com isso atualmente, mas tenho muito que aprender ainda, eu tenho planos para trabalhar com edição, mas isso vai depender de muita coisa.

HMB: Como foi para você começar a cantar e porque a preferencia pelo Heavy Metal?
Débora: Eu sempre admirei a arte de cantar, mas nunca havia me arriscado, começar a cantar foi um achado dentro de mim, antes de conhecer o rock, o metal eu achava que apenas pessoas com vozes estabelecidas pelo que tocava na mídia popular eram as certas para cantar, eu não tinha noção da amplitude do negócio.
Em casa o som pesado não fazia parte da seleção de músicas, porém havia muito material de músicas internacionais, e LPS de novelas, que quase sempre tinha uma balada de bandas de Rock, eu me identificava com aquelas músicas, o som parecia fazer parte de mim, até que percebi que era confortável canta-las, comecei a comprar CDs, revistas, e queria cantar aquelas músicas com técnica para conseguir fazer o que eu não conseguisse sozinha. Quanto ao estilo, fui atrás de cada banda que me identificava, seja pelo som, pela voz, pela letras ou ideologia, primeiro nas bandas de Hard Rock e aí foi só um pequeno passo para o Heavy Metal.
Meu maior desejo era estudar canto para conseguir cantar tudo que parecia difícil, minhas músicas preferidas e faze-lo bem feito. A preferencia pelo Heavy Metal é porque é um som que mexe comigo de diversas formas, eu me encontro nele, eu aprendo, eu me renovo, me reinvento.

HMB: Você acha que todas as pessoas devem perseguir os seus sonhos, independente da aparente distancia que ele parece ter?
Débora: Com certeza, acho que devemos ser persistentes, pois nunca sabemos o quão distante ou não nossos objetivos estão, tudo pode acontecer,  claro que as coisas não acontecem como mágica ,mas muito depende da nossa vontade e determinação.


HMB: Como é ser uma mulher em uma banda de homens?
Débora: É divertido! A parte de organização, os comunicados ficam por minha conta, dou opinião nos looks para sessão de fotos, é uma honra, me sinto lisonjeada, é gratificante, sempre me dei melhor com amizades do sexo masculino, no caso da banda um deles é meu namorado e os demais são verdadeiros irmãos, amigos, pessoas maravilhosas e de muita confiança que tive a sorte de encontrar e dividir o palco e as ideias.

HMB: Fale sobre a Lascia.
Débora: Adoro essa parte (risos), a Lascia marcou uma nova era p mim, foi quando resolvemos deixar de vez de fazer cover e pegar pesado com o som próprio, no inicio ainda estávamos um pouco em duvida com relação ao estilo, quem ouviu as demos sabe que era algo bem mais alternativo, com sampler e voz mais limpa, mas esta no sangue (risos) som pesado e vocal rasgado era a preferência e não demorou muito para encontrar o estilo ideal para a banda, logo associamos a temática das letras, a paixão pelos filmes de terror e as formulas da Lascia começaram a ganhar consistência, demorou um pouco para encontrarmos as pessoas certas, com as idéias certas, dispostas a um trabalho sério praticamente começando do zero, não foi fácil, mas como costumo dizer, valeu a pena esperar, e agradeço a cada não de outros integrantes, porque esse time é exatamente o que eu buscava desde o inicio. É o time de peso que faz a banda ser o que é, o Diego sempre opta por riffs marcados e de peso, o Humberto é muito criativo nas linhas de bateria, o Allan sempre percebe os detalhes, cria dedilhados lindos e melódicos, o Denis sempre acrescenta peso e cria ótimas linhas p baixo. Acho que a Lascia tem muita sorte, embora haja muito a ser feito, vamos crescer muito juntos, sempre aprendo com cada um.

HMB: Vocês lançaram agora o EP "Nightmare", como vem sendo a aceitação do material?
Débora: Sim, acabamos de lançar o "Nightmare" e é uma grande realização para todos nós, estamos muito felizes com esse momento, e por outro lado lembra-nos que temos muito trabalho com nosso futuro álbum que está em fase de composição.
A aceitação tem sido bastante adequada, recebemos criticas muito positivas, tivemos um retorno bem bacana principalmente por se tratar de uma banda relativamente nova no cenário, muitos estão descobrindo a Lascia agora através desse lançamento, é bem legal ver pessoas desconhecidas e até mesmo de outros países, nos parabenizando pelo trabalho, por enquanto estamos divulgando a versão on-line do material, mas vamos fazer as cópias físicas também.


HMB: Apesar de intimamente ligado ao estilo, poucas bandas hoje em dia abordam temas de terror, então. Por que vocês seguiram por este caminho?
Débora: Bom, o macabro tem lá seu charme (risos), além de gostarmos muito de filmes do gênero, era a deixa perfeita para nossas letras , não queríamos trabalhar com temas pessoais apenas, queríamos algo abrangente e esse tema tem muito a nos oferecer, além de que podemos dizer muito nas entrelinhas, é uma inspiração para a parte sonora também, as composições  ganham um "Q" a mais baseadas nisso , o clima de mistério é bem atrativo e nos da uma ampla visão para performances e a construção do show, o peso do som colabora para deixar tudo extremamente favorável.

HMB: E como é o desenvolvimento da parte lírica?
Débora: É preciso inspiração mesmo tendo um tema pré-estabelecido, dependendo do personagem eu tento captar o melhor, a essência e tento ao máximo expressar com palavras o tipo de sentimento do personagem ou da cena em questão, a dor, agonia, adrenalina, tento viver aquilo por alguns instantes para retratar da melhor forma, não é apenas contar uma história, tem que senti-la.
Já trabalho isso em cima das bases da música, e quando percebo a melodia também está criada.

HMB: Então você se vale da literatura para criar suas letras? O que você pensa da literatura de terror brasileira?
Débora: Atualmente estão mais voltados para filmes norte americanos , alguns clássicos, outros não, mas sim a literatura está presente o tempo todo, até porque boa parte dos bons filmes partem de bons livros e em alguns casos até quadrinhos, como é o caso do Corvo. Quanto a literatura de terror nacional, eu acho bastante atrativa, creio que dariam bons filmes também, temos ótimos autores aqui e acabam não devendo nada para os grandes mestres do horror estrangeiros a quem provavelmente se inspiraram.

HMB: Qual a sua opinião sobre o cenário da música pesada brasileira?
Débora: O cenário da música pesada brasileira tem bandas muito boas, mas uma grande parte delas com pouquíssima divulgação, infelizmente existe pouco espaço, espero que esse cenário cresça cada vez mais e conquiste o espaço merecido. 


HMB: Como vem sendo os shows da Lascia? Você acha que o público prestigia e dá força para os eventos de bandas nacionais?
Débora: Então, a Lascia vai começar os shows agora, nós preferimos finalizar o EP antes de qualquer coisa e por isso nos privamos dos shows durante o período de composições e gravações, agora que vamos descobrir de fato.
Quanto ao apoio do público, no cenário infelizmente muitos ainda preferem ir a shows de bandas covers, porém muitos não frequentam shows de bandas autorais pelo fato de não conhece-las, por outro lado os que frequentam são bastante fiéis.

HMB: Na sua visão, qual seria a fórmula mágica para mudar essa realidade?
Débora: É complicado, acho que não existe uma formula mágica, talvez mais eventos voltados para bandas autorais, mais mídias, talvez a partir do momento que as bandas autorais tiverem mais espaço, o público vai crescer, o público não pode apoiar ou gostar de algo que não conhece , que não os atinge, precisamos atingir essas pessoas, por outro lado falta um pouco de interesse do público, pois quem procurar por bandas autorais de som pesado com certeza vai encontrar diversas muito boas, creio que por parte das bandas todos fazem o possível, mas precisamos de mais apoio.

HMB: Mas a mídia especializada está ai, nos mais diversos formatos e segmentos. Não será por que o brasileiro tem o péssimo hábito de se por em segundo lugar e por isso, acaba não valorizando sua cena e suas bandas por acharem que tem menor qualidade?
Débora: Essa é uma boa questão, eu também sou muito fã de bandas internacionais, as minhas maiores influencias são internacionais, é verdade a mídia especializada esta aí, mas no país do samba, sertanejo, pagode e do funk ainda temos pouco espaço, na cultura brasileira tem pouquíssimo espaço para o rock, a cena cresce a cada dia mas não dá para dizer que somos maioria, não acho que o brasileiro se coloca em segundo lugar por ser fã ou valorizar bandas de fora, aqui existem ótimas bandas e se forem de qualidade e tiver o espaço merecido vamos gostar e apoia-la da mesma forma , existem bandas com qualidade e sem qualidade em qualquer lugar, se uma banda é realmente boa, e tem os elementos certos, ela vai aparecer no cenário mais cedo ou mais tarde, ela pode não ficar superfamosa, mas terá seu trabalho destacado onde for, não posso julgar ninguém por ser fã de grandes nomes do metal que de repente não são daqui, acredito que com um bom trabalho temos reconhecimento em qualquer lugar do mundo.


HMB: Planos para o futuro?
Débora: Meus planos para o futuro tem tudo a ver com a Lascia, muitos shows, muitos álbuns e o que de melhor possa vir a nós.

HMB: Resuma Débora Nunes em uma frase ou palavra.
Débora: Essa é difícil, vou tentar: Determinação!

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.
Débora: Eu que agradeço o tempo e espaço cedido, foi um grande prazer poder falar um pouco de mim e em especial da Lascia, esse momento está sendo muito bom para a banda.
Bom, a mensagem que eu deixo é: Corram atrás de seus objetivos, e ouçam nosso primeiro EP que acabou de ser lançado.
Obrigada a toda equipe do HM Breakdown, muito sucesso a vocês.
Não poderia deixar de citar nosso slogan:
Stay Awake, Stay Alive. 
Obrigada JP, foi um prazer.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

André Luiz, ...a música é o caminho para superar qualquer barreira...


André Luiz, guitarrista virtuoso, nascido no estado do Paraná, se interessou muito cedo por seu instrumento e de lá para cá, nunca mais parou, já lançou quatros CDs onde mostra toda sua técnica e sua versatilidade em explorar os mais diversos elementos em sua música. Dono de técnica apurada e bom gosto, este professor e compositor desde 2009 vem lançando material e realizando shows. Nesse bate papo, ele nos mostrou que humildade e espiritualidade são os pontos fortes de sua careira. Confira a seguir.

HM Breakdown: Antes de começarmos, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale-nos sobre você e suas atividades.
André Luiz: Eu que agradeço, o prazer é todo meu! Em resumo, tenho a música no sangue. Apesar da minha família não ser de músicos, acho que pendi pra esse lado musicista através de amigos, como é clássico pra todo iniciante nessa carreira musical.

HMB: E você sempre quis ser guitarrista ou experimentou outros instrumentos até finalmente chegar à guitarra?
André Luiz: Comecei como baterista e depois fui para o contrabaixo, mas minha adaptação maior foi nas seis cordas, e depois de ter visto o filme A Encruzilhada, ali decidi que queria ser guitarrista e violonista. Treinava horas e horas, isso me rendeu, em parte, um pequeno problema na coluna, mas depois de um tempo fiquei curado. E em minha infância eu já tinha acesso ao mundo virtual para estudar.

HMB: Então podemos afirmar que Steve Vai foi sua primeira influência?
André Luiz: Sem dúvida! Lógico que tenho outras influências, mas tudo partiu do gênio Tio Steve Vai (risos), depois disso passei a priorizar não só as melodias, mas também a harmonia, que é a alma do negócio. Fiz muitos estudos e pesquisas, durante esse período, do mundo exótico que chamamos de guitarra.


HMB: E quais são suas influências, percebo no seu trabalho aquela urgência dos guitarristas do final dos anos oitenta, mas também um feeling voltado ao blues, parecido com Robert Jonhson.
André Luiz: Exato, isso é uma grande referência, meus amigos gostavam de Rock Progressivo e minha irmã sempre escutava Abba, Carli Simom, Toto, Journey. Sempre fui fascinado pelos timbres vintage, por baterias com alto efeito de reverb ou echo. Gosto de classificar minhas influências de acordo com cada CD que crio. No meu segundo CD, Eclipse, tem uma música, Gira Cigana (Flamenca), que exigiu que eu escutasse o grande mestre Paco de Lucia. Em alguns casos, tem alguma coisa mais Rush ou até mesmo U2. Procuro pesquisar guitarristas que saibam usar efeitos sem embaralhar o som. E o Alex Lifeson sabe usar bem esse tipo de recurso. Também não esquecendo do grande The Edge.

HMB: Você tem três CDs lançados e está lançando um quarto, Sky and Moon, que tipo de sentimento você tenta transmitir em suas músicas?
André Luiz: As músicas têm como fator a alma, são coisas que vivo, leio, vejo. Procuro não fazer só a música, e sim tentar achar algum ponto onde todos se identifiquem com o que estou querendo passar. Para ser mais claro, procuro tirar algo que só minha alma sente! Nesse meu quarto trabalho, viso esse ponto de vista (guerra, amor, paz, alma, divino, Deus), estes são fatores que não deve faltar. Em cada CD há uma história!

HMB: Então você busca uma relação espiritual com seu instrumento e com sua música, você acha que o brasileiro se identifica com essa relação mais espiritualista da música?
André Luiz: Creio que a música hoje em dia não está tão focada assim em construções, arranjos, sentimentos de paz, e sim focada em deturpar a imagem com letras que não têm conteúdo.  A espiritualidade não vem por letras e músicas de baixo valor, a prova é que música é fácil, compare quadradinho de oito com uma simples melodia de Us And Them, do Pink Floyd.

HMB: E como é ser um artista solo? Você utiliza músicos contratados ou usa samplers nas suas apresentações?
André Luiz: No começo, tem que ter muita calma, as coisas vão criando forma só depois de algum tempo. Músicos que querem viver da música são poucos, e os poucos já estão todos contratados. Optei por usar samplers por um motivo bem simples, excesso de bagagem (risos), essa é a única forma de ter tranquilidade sem perder a cabeça!
Entendo que ter um trio faz uma presença maior em cima dos palcos, mas prefiro não me estressar com certas coisas que, diga-se de passagem, são complicadas! E também tem outro lado, o músico solista fica meio de fora do som comercial, o mundo instrumental não é muito bem visto pelo lado popular, é um caminho longo, mas que, com força de vontade, flui naturalmente. O sol nasceu pra todos!


HMB: Conte-nos como foi a produção de Sky and Moon?
André Luiz: Como dou aulas de música, alternava de sexta para sábado com as gravações, sem contar que tinhas shows pra realizar, coisas do dia a dia! Então dei total liberdade ao Fernando (dono do estúdio onde Sky and Moon foi gravado) para equalizar as músicas, entre outras coisas, como ideias de arranjo e coisas do gênero. As músicas foram gravadas em um take só! Colocamos prioridade nos efeitos, que gosto muito, isto em algumas músicas. Gravei as baterias em outras. Era bateria eletrônica, como o programa que usei, Beat Craft, o resto foi manual! Não foi cansativo, inclusive, em alguns momentos, eu improvisei na hora.

HMB: Como é o cenário musical para o seu trabalho na sua região? Você acha que é possível explorar outras cidades e estados com sua música?
André Luiz: Em qualquer lugar é possível, mas só em alguns lugares é mais aceito. Na minha cidade, por exemplo, a aceitação demorou uns sete, oito anos. O motivo é bem simples, o costume da galera gostar do instrumental é escasso, mas não impossível. Mas se você canta, o espaço é aberto com facilidade. É como eu costumo dizer, para quem conhece, o estilo é tranquilo, mas para quem não conhece, é meio exótico, para não dizer estranho (risos). Para quem me conhece, fica muito mais fácil o acesso! O esquema é acertar o público de acordo com o som que você faz! Nas minhas apresentações, não toco só o Fusion, mas misturo vários estilos para cada ambiente! Toco samba, chorinho, flamenco, Metal, música clássica!

HMB: A capa de Sky and Moon foi elaborada pela artista Camilla Porto, da Three Gates ArtSign. Como se deu essa parceria?
André Luiz: Tudo começou através da equipe Cranium Release, do meu amigo Carlos. Ele me deu uma dica sobre a Camila, então foi uma coisa de primeira, eu só passei a ideia e ela executou em um piscar de olhos o que eu queria.  A arte inteira foi ideia dela, a minha participação foi só em algumas mudanças. Gosto de trabalhar com pessoas dedicadas e que sabem realmente o que o músico precisa. Essa parceria já esta prevista para os próximos CDs, até mesmo DVDs. Eu recomendo o trabalho da Camila, a visão que ela tem é exótica e fascinante! Sem contar que ela faz o trabalho com responsabilidade, o que é difícil encontrar!

HMB: Como foi para você ser eleito “Guitarrista Revelação do Paraná”, em 2013? Fale-nos sobre essa premiação.
André Luiz: Ah sim! Isso para mim foi uma surpresa, sabemos que nosso trabalho não foi em vão, ser eleito entre tantos outros músicos de fantástica categoria!
Essa premiação veio por intermédio da Banda Curitibana Mega Mix, que também deu um up nessa minha jornada. Agradeço a eles também, essa é uma banda com ritmos variados. Por intermédio deles, estou onde estou!
Na hora da premiação, fiquei sem reação, vontade de tremer não faltava (risos). Recebi o certificado das mãos do príncipe dos Godos do Oriente, sem contar que havia grandes celebridades, como apresentadores de grandes redes de televisão, então não era pra menos estar meio nervoso. A simplicidade é a alma do negócio para chegar ao seu destino, existem alguns sacrifícios. Explicar a sensação é difícil, não tem como detalhar!

HMB: O que podemos esperar de André Luiz nos palcos?
André Luiz: Tentar contar como é minha vida através das minhas canções, apresentar algo que todos nós procuramos, compreensão nos braços do mestre Celestial! E ao mesmo tempo energia, mostrando que a música é o caminho para superar qualquer barreira, independente do estilo musical!


HMB: Planos para o futuro?
André Luiz: Meus planos futuros são: manter o que eu conquistei durante esses anos de estrada e manter viva a arte, independente de alguns acontecimentos, os quais todos nós já passamos, tanto na vida pessoal quanto na arte, em qualquer área!

HMB: Resuma André Luiz em uma frase ou palavra.
André Luiz: Realização!

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate papo. Deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.

André Luiz: Eu agradeço de coração pelo espaço e pela compreensão sobre minhas respostas, espero não ter afetado ninguém com algumas coisas que eu disse, mas não julgo, e sim digo o que é visível para o mundo! Se existe Deus, por que temer a vida?

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

M. Mictian, sempre buscamos fazer o melhor pelo Metal...


Que o Unearthly é uma das bandas mais batalhadoras deste país, ninguém discute. Liderada pelo seu fundador M. Mictian, o Unearthly criou todo um universo em torno do seu Death/Black Metal, e nos mostra dia após dia que seriedade e vontade fazem o melhor acontecer à sua volta. Conversamos com M. Mictian, que mesmo sendo um cara muito ocupado, teve paciência e muita boa vontade para responder nossa avalanche de e-mails. Confira a seguir tudo o que rolou.

HM Breakdown: Antes de começarmos, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale-nos sobre você e suas atividades.
M. Mictian: Bem sou músico fundei e toco com o Unearthly há 16 anos gravamos cinco álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo um MCD e um DVD oficial na Rússia, também trabalho como técnico de som em uma casa de show no Rio de Janeiro que basicamente rola Rock ´n Roll, Blues, sou pai de três crianças e amante de Rock e Metal.

HMB: Como foi o começo do Unearthly e o lançamento de Infernum - Prelude To A New Reign?
M. Mictian: Formamos a banda em 1998, em 2000 lançamos o primeiro CD demo e no ano seguinte o segundo com boa repercussão, conseguimos uma gravadora para o que fosse lançado nosso debut " Infernum - Prelude To A New Reign" em 2002, esse álbum teve uma grande aceitação, fizemos muitos shows fora do Rio de Janeiro, o que elevou o nome da banda.


HMB: Recentemente vocês gravaram uma música cantada em português, o que você pode nos contar sobre a temática e porque resolveram usar o português nessa música?
M. Mictian: A música Eshu está em nosso novo álbum "The Unearthly" que estará sendo lançado em agosto pela Shinigami Recs no Brasil e em outubro na Europa e Estados Unidos, nós já tivemos música com trechos em português em discos anteriores, mas nesse foi decidido fazer esta toda em português, como é uma canção que fala sobre Exu das religiões afro e de antepassados nossos, preferimos escrever em nossa língua. É de certa forma uma homenagem.

HMB: Algumas bandas brasileiras estão explorando esse lado da língua. Algumas, como no caso do Claustrofobia, chegam a gravar CD´s inteiros assim, você acha que o português não seja uma língua que tenha apelo musical para o Heavy Metal?
M. Mictian: Claustrofobia é uma grande banda e realmente fizeram um ótimo disco, na verdade acho muito difícil fazer um disco de metal em português, mas também nunca tivemos essa ideia; É mais difícil criar melodias e encaixar bem com a parte lírica, claro salvo algumas raras exceções, temos ótimas que fazem isso muito bom como o próprio Claustrofobia, o Ratos de Porão, Ação Direta entre outras,

HMB: Qual é a sua visão do cenário da música pesada nacional?
M. Mictian: Muitas bandas, muitas bandas boas, alguns lugares para tocar nem todos com suporte pelo menos razoável para fazer um bom evento, acredito também que ainda há muita coisa amadora que é o que nos difere dos gringos, e hoje em dia estão surgindo vários festivais grandes pelo Brasil, então acredito que a cena por aqui está indo na direção certa!


HMB: Você acha que incentivos políticos e fiscais, poderiam de alguma forma ajudar nessa caminhada?
M. Mictian: Acho não, tenho certeza! Porque alguns grandes festivais brasileiros só acontecem por causa destes incentivos, porém, são muito poucos ainda. Na Europa a grande maioria dos festivais são realizados com incentivos políticos e fiscais do Governo, mas infelizmente no Brasil os políticos só pensam em seus bolsos.

HMB: Existem programas de incentivo cultural por todo nosso país, muitos visivelmente usados como moeda de troca. Não seria das bandas e produtores irem buscar desses incentivos e tentar mudar essa realidade, já que a lei tem regras rígidas sobre estes eles?
M. Mictian: Conheço muitas pessoas aqui no Rio de Janeiro que já tentaram este incentivo fiscal, mas infelizmente estes projetos nunca são aceitos pelos simples fato de ser Heavy metal um estilo não tão popular pelo menos para os "interessados" em aprovar o projeto, realmente é muito difícil.

HMB: Fale-nos sobre como foram os preparativos para a gravação do DVD Baptizing the East in Blood – Live at Voronezh - Rússia, e em como foi a repercussão deste material?
M.Mictian: Na verdade iríamos gravar apenas um vídeo ao vivo, desse show e já tínhamos acertado isso com o pessoal da produtora da Rússia, mas após o show eles nos disseram que tinham gravado o show inteiro com cinco câmeras e o áudio em wave e nos passaram tudo e justificaram que tinham gostado muito da gente e fizeram isso para nós era nosso quarto show da tour e só fomos assistir a gravação quando chegamos ao Brasil e vimos que tínhamos um material excelente então decidimos editar , e mixar o áudio para um DVD.


HMB: A capa do novo trabalho (The Unearthly) foi elaborada por você e por F. Eregion, qual o conceito por trás dela?
M. Mictian: É um Simbolismo tentamos trazer um pouco de cada música seria algo como liberdade, oposição, a relação com o "pecado" de uma forma de liberdade "faça o que tu queres", o Cristo morto como um ser comum, Satanismo como forma de oposição a dogmas, doutrinas, politica...

HMB: E como vem sendo a parceria aqui no Brasil com a Shinigami Records?
M. Mictian: Já trabalhamos com vários selos no Brasil desde a fundação do Unearthly e depois da Free Mind Recs, que lançou alguns álbuns nossos e fez um excelente trabalho, com certeza a Shinigami Recs é a que vem fazendo o melhor trampo para a banda, sempre com respeito e trabalho profissional.

HMB: E evidente a evolução do Unearthly, musical e liricamente, isso se deve a preocupação em buscar sempre melhor para a banda em todos os aspectos?
M;Mictian: Tocamos o que gostamos de ouvir, primeiramente fazemos musicas para nossos ouvidos, se agradar aos outros, melhor ainda; Sempre buscamos algo a mais sem cair na mesmice e ficar se autoplagiando sempre buscamos evoluir, acrescentar e algumas vezes inovar por que não?

HMB: Perfeito. Sabemos que o Unearthly é uma dos representantes do nosso país pelo mundo, mas, nos fale como é a aceitação da banda fora do Brasil?
M.Mictian: Quando fizemos nossa primeira tour, em 2012 recebemos uma proposta de produtor Russo e fomos na cara e na coragem, fizemos 18 shows e isso serviu para abrir portas, porque aí conseguimos gravar o DVD "Baptizing The East In Blood" e o CD ao vivo de mesmo nome, também conseguimos lançar o Flagellum Dei na Europa, serviu para fazer contatos daí pra frente as coisas cresceram bem, em 2013 fizemos uma tour mais extensa por 12 países, tocando em grandes eventos, e as coisas continuam crescendo teremos nosso novo álbum "The Unearthly" na Europa e Estados Unidos em outubro e nosso produtor na Rússia já está agendando uma nova tour Europeia.


HMB: E você como fundador da banda, o que pensa de UP do Unearthly pelo mundo?
M.Mictian: Eu vejo como reconhecimento de anos de trabalho, dedicação no que gostamos e acreditamos, sempre buscamos fazer o melhor pelo metal, que é o que amamos fazer essa é nossa busca.

HMB: Planos para o futuro?
M.Mictian: Nosso futuro e agora, estamos a pleno vapor na divulgação do novo álbum, The Unearthly, estamos com varias datas de shows agendadas e pretendemos mais e mais, e também em breve estaremos anunciando nossa nova tour pela Europa provavelmente em novembro... E bola pra frente!

HMB: Resuma M.Mictian em uma frase ou palavra.
M.Mictian: Um cara perseverante, trabalhador e honesto sempre com suas ideias.

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.
M.Mictian: Obrigado pelo espaço, obrigado pela paciência, esperamos encontrar todos nossos amigos na estrada para comemorarmos e celebrarmos com muita cerveja!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Carlos Digger, muitas vezes me calo pra não falar o que realmente penso


Carlos Digger e sua banda Makinária Rock! Uma verdadeira explosão de verdades, sentimentos e de amor pela música pesada nacional. Neste bate papo Digger rasgou o verbo e disse tudo que pensa do cenário, da sua experiência e da música em geral. Confiram!

HM Breakdown: Antes de começarmos, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale-nos sobre você e suas atividades.
Carlos Digger: Em primeiro lugar, agradeço pelo espaço cedido JP, bom me chamo Carlos, mais conhecido na cena como DIGGER afinal Grave Digger é minha banda de cabeceira, o apelido acabou pegando pois tudo para mim era Grave Digger, Digger pra lá, Digger pra cá, enfim (risos) e se você falar Carlos quase ninguém conhece (risos).
Sou apaixonado por esse estilo chamado Rock n' Roll desde os meus 11 de idade, porém comecei a tocar bateria já tarde com 15 anos, antes da Makinária Rock tive uma banda cover do Saxon, que graças a deus não foi pra frente e em 2008, Jow, Renato e eu nos reunimos e montamos a Makinária Rock onde estou até hoje, desta formação inicial permaneceram apenas eu e o Renato que saiu por um tempo e retornou a uns dois anos, o Jow tomou outros rumos fora da música.
Sou pai de dois filhos lindos, Christofer e Catharina que já estão no caminho da música pesada, o que me orgulha muito.

HMB: E por você migrou da bateria para o vocal?
Digger: É uma história engraçada, bom na verdade nunca fui vocalista, sempre toquei bateria, porém na Makinária Rock, quando a montamos não tínhamos um vocal de oficio, então por necessidade comecei a tentar cantar e tocar, o que acabou dando certo e assim ficou por mais de cinco anos, porém sempre notamos que em relação a show, ficava um vazio, por mais que você se comunique com a galera, não é a mesma coisa, fica um espaço no palco, foi quando chamei um amigo Erick Wild da banda Guerrilha e também da banda Portas Negras pra assumir a voz, curtimos prá caramba o lance em quarteto, deu uma outra cara pra banda, ficou mais banda sabe? Porém o Erick tem uma porrada de projeto em que ele participa e estava ficando difícil de conciliar as agendas, então sentamos trocamos umas ideias e achamos melhor voltarmos a ser um trio, pois não temos outras bandas, para mim, o Renato e o Takeo o foco é só na Makinária Rock.
Porém sentimos a falta do frontman, ai decidi ir atrás de um vocal, mais cara, vou te contar como é difícil achar vocal (risos), e por incrível que pareça eu olhava nos meus contatos do facebook só via batera, então pensei, poh, os dois CD's que temos gravado é comigo no vocal, porque não arrumar um batera é eu pulo pra frente, foi ai que pintou essa alteração de postos.


HMB: E como vocês chegaram ao Marcelo "Korujão" Ladwig?
Digger: Já conhecia o trabalho dele com a King Bird, uma banda que eu particularmente acho fantástica e eu o tinha nos meus contatos do facebook, e em época de jogo do timão, pois ambos somos corintianos (risos), sempre trocávamos uma ideia, enfim, quando comecei a procurar batera eu cheguei até ele, não para chama-lo, mais sim para ver se ele tinha indicações, porém ele meio que deu uma brecha falando que se não tivesse muito compromissado toparia encarar, ai foi minha deixa (risos), nossa agenda é tranquila, não tocamos todo santo dia ou todo final de semana, dava para conciliar tranquilamente, e então marcamos um encontro para depois do carnaval, rolou o primeiro ensaio, foi animal e hoje estamos ai, ele é um cara super gente fina, nos damos super bem, tranquilão para caralho, nos entrosamos muito rápido, e estamos satisfeitos e creio que ele também, a Makinária Rock ganhou muito com a entrada do Marcelo, é um cara que tem uma puta experiência musical e isso só tem a agregar pra gente, é um irmão com certeza.


HMB: E você acha que essa ótima relação entre todos na banda, faz com que o trabalho seja mais dinâmico?
Digger: Com certeza, com a gente não tem frescura, eu geralmente componho todas as músicas e meio que já faço o arranjo na mente, como não sei tocar porra nenhuma de cordas eu demostro com efeitos sonoros na boca (risos), faço a guitarra na boca, ai os caras vão criando em cima, o Takeo é um gênio cara, ele pega muito rápido o que eu quero dizer, e ele faz exatamente aquilo que imaginei, o Takeo tirando a linha de guitarra é muito mais fácil para os outros, outro detalhe também é a nossa linha musical, é simples não tem segredo, este bom relacionamento é importante pelo simples fato de além de sermos uma banda, somos amigos, frequentamos as casas uns dos outros, trocamos ideias de outros assuntos e isso facilita muito o processo para um crescimento de uma banda, não é porque sou eu quem componho e imagino algo que os caras não podem ter outras ideias e colocar em prática, ficando melhor até do que a ideia inicial que eu tive.
Enfim, não somos que nem o Ramones que ninguém se olhava, apesar da semelhança musical em matéria de simplicidade ser um fato, nós nos damos bem, somos amigos antes de tudo e isso pra mim é muito importante.

HMB: Você acha que a simplicidade da música, torna o trabalho mais fácil de assimilar por pessoas que não tem o dom de tocar algum instrumento ou iniciação musical?
Digger: Sim, acho que sim, eu particularmente curto muito bandas simples, como já falei Ramones, AC/DC, acho que para ter um bom som não precisa colocar quinhentas mil notas, para uma pessoa que quer aprender um instrumento musical seja ele qual for, com uma música fácil e simples você consegue arranhar alguma coisa, mesmo não tendo a noção exata da coisa, qual é a primeira coisa que um batera arrisca fazer de cara já é o começo da Painkiller? Não, com certeza é a batida da We Will Rock You do Queen (risos) pois ela é mais fácil e a partir daí começa caso você tenha interesse, a progredir musicalmente falando.

HMB: Além da simplicidade, vocês cantam na língua pátria, porque optaram por cantar em português?
Digger: Primeiro, porque não falo porra nenhuma em inglês (risos), brincadeira, sou um grande fã de bandas que cantam em português, Harppia, Golpe de Estado, Patrulha do Espaço, Baranga, Carro Bomba, Casa Das Maquinas e por ai vai.
Acho legal isso, estamos no Brasil porra, temos que fazer algo que 100% dos fãs entendam, muita gente escuta uma música em inglês e está pouco se fodendo para o que a letra diz, quer saber de bater a cabeça e pronto, mais muitas vezes a letra pode estar mandando você "tomar caju" e você nem ai, e outro detalhe é a pronuncia, para você fazer uma letra em inglês é mais fácil, porém você tem que ter um inglês fluente, não da pra cantar robotizado, o brasileiro quando canta em inglês canta como se estivesse lendo sei lá é estranho, são poucos que conseguem cantar em inglês com naturalidade.
Tiro o chapéu para o Pompeu do Korzus e o Tom Cremon da King Bird, que são exemplos de como cantar em inglês.


HMB: E ainda tem a malandragem da língua, aquele diferencial da gíria, das colocações com sarcasmo que só um nativo entende. Como é a sua visão do cenário da musica pesada no Brasil?
Digger: Cara, o Brasil é muito forte em termos de Rock, só não vê quem não quer, tem para todos os gostos, quer uma coisa mais pesada, Korzus, Krisiun, Sepultura e várias outras, quer uma coisa mais Heavy Metal? Hibria, Carro Bomba, Dragonhearth entre outras, quer algo mais Rock n' Roll , vixi... Baranga, Made in Brazil, Patrulha do Espaço, Motorocker e porque não dizer a Makinária Rock (risos).
O Brasil é rico JP, só falta a galera em geral abrir mais a mente, largar a mão de pagar 300, 400 pau pra ver banda gringa e achar caro dez conto pra ver banda nacional, ou então tem a cara de pau de pedir pra colocar o nome da lista. Porra! Paga 300 para ver gringo e pede pra colocar nome na lista em um show de dez conto! Tá tirando né? Isso me revolta cara.


HMB: Você acha que o brasileiro precisa do aval dos gringos para valorizar o que nasce dentro do seu próprio quintal?
Digger: Vou te dar um exemplo, o Korzus lançou o ultimo CD, Dicipline of Hate que na minha opinião é uma obra prima do Metal nacional, porém note que a gravadora faz questão de colocar na revista que o Schirmer vocalista do Destruction não tira mais do carro. Caralho o CD é foda, não precisa o Schirmer falar entende (deixando claro que eu adoro Destruction)? A importância que é dada para a gringaiada é algo absurdo, você concede uma entrevista para algum veículo do Brasil como o HMB, a galera não dá a importância devida, mais ai você fala a mesma coisa para uma Revista Hard Rock e meu Deus, você ganhou o Oscar, sei lá cara, tenho uma opinião meio fechada sobre isso, muitas vezes me calo pra não falar o que realmente penso e arrumar atrito por ai, pois muita gente pode interpretar mal.

HMB: Opa! Divirta-se, o HMB é feito para que as pessoas se expressem de forma verdadeira, sem filtro e sem edição, Se quiser colocar alguns cachorros em alguns calcanhares, o espaço é seu...
Digger: Bom, o que quero dizer é, porque uma revista renomada aqui do Brasil não faz mais capas com bandas nacionais? Tem? Tem, mais não a quantidade que deveria ter, tipo de doze edições no ano, uma ou duas são com bandas brasileiras na capa e mesmo assim sempre as mesmas, Sepultura e Angra (não quero dizer que não mereçam), mais caralho, olha a porrada de banda competente que tem por ai, não estou falando que quero a Makinária Rock na capa, mais acharia interessante ver um Velhas Virgens com quase 30 anos de vida de capa, um Made in Brazil que tem quase 50 anos de estrada e tantas outras, sei lá a importância da gringa muitas vezes se dá pela própria mídia, enfim essa é minha visão e opinião.

HMB: Mas não seria o que o público que ver? Desde sempre o brasileiro é condicionado a acreditar que tudo que vem de fora é melhor, de tecnologia a roupas íntimas. Então, não seria de começar a mudar esses pré-conceitos e investir na visualização do seu próprio produto?
Digger: Também, mais o efeito disso é a divulgação que se dá em cima de algo importado, as vezes é a mesma coisa, mesma qualidade, mais...  É do Brasil, "fabricado em Manaus? Vixi, não presta", uma coisa puxa a outra, enfim eu curto bandas gringas, claro adoro sem sombra de dúvida, mais o mesmo carinho e interesse que tenho por banda alemã, inglesa, italiana, tenho pelas brasileiras, pra mim não muda absolutamente nada.

HMB: Afinal o que interessa é a música, e sendo ela universal, não importa de onde vem. Você acha que o brasileiro tem uma forma diferente de fazer e tocar música pesada?
Digger: Não, vejo os músicos brasileiros com a mesma qualidade dos gringos, temos bons músicos, bons estúdios, bom engenheiros de sons, bom designers para elaboração de capas , sites, como disse, o Brasil não perde nada para ninguém em matéria de música, agora no futebol, xi! 7x1 eterno (risos).

HMB: Ainda insistindo no assunto, em nosso país, as bandas crescem assustadoramente quando resolvem mostrar suas raízes, chegando mesmo a ter reconhecimento mundial, no caso de Sepultura e Angra, e em menor escala Claustrofobia, Cangaço e mais recentemente, Hate Embrace. Qual a sua visão disso?
Digger: Isso é ótimo, pegue o exemplo da Claustrofobia que lançou um disco todo em português o Peste, é animal, e não deixou de ser bom só porque é em português, é sempre legal a banda mostrar suas origens, o Sepultura levantar a bandeira do Brasil nos shows seja ele onde for, isso é magnifico, pois é assim que as bandas da gringa fazem quando chegam no Brasil para um show.
A Makinária Rock não enxerga a possibilidade de tocar na gringa, justamente pelo fato de cantarmos em português, isso fecha o mercado, não que eu vejo algum problema, acho normal uma banda brazuca cantar em português na Europa, qual o problema? O Rammstein não vem aqui e canta em alemão? Então, é a mesma coisa, mais os caras podem e é animal, agora se a gente quiser ir pra gringa, não rola porque é em português e blá, blá blá... Enfim.


HMB: A Makinária Rock tem um demo, dois CD´s e participou de algumas copilações, como é a relação da banda com os veículos da mídia especializada?
Digger: Bem tranquilo JP, temos uma assessoria que nos da um suporte muito grande que é a Metal Media, estamos com eles a uns cinco anos e o trabalho deles é animal, em relação a revistas, sites especializados nunca tivemos problemas, pois a galera abre espaço pra gente, já participamos de diversos programas de rádio e TV web, concedemos entrevistas para revistas e blogs, ou seja a turma apoia a cena nacional, mais talvez a importância deveria ser um pouco maior, é aquilo que falei lá atrás, espaço tem, mais se você colocar em porcentagem , espaço para banda gringa 70%, banda nacional 30%, mais em particular com a Makinária Rock conseguimos figurar nesses 30%, muito deve-se ao trabalho dos mais que parceiros Rodrigo Balan e Débora Brandão da Metal Media.

HMB: E a resposta do público aos shows da banda?
Digger: Vai indo muito bem, já temos uma galera que nos acompanha nos shows, sempre marcam presença, com a internet, ou melhor, com o facebook pra ajudar na divulgação temos conseguido expandir o nome da Makinária Rock, vendemos muito merchan pelo facebook, tanto é que, em nossa fanpage e perfil, fizemos um álbum só para poder homenagear essa turma que compra CD, camiseta, temos uma porrada de fotos lá de todos os cantos do Brasil , isso é bem legal, recentemente pintou algo muito especial pra gente que foi uma fã que sempre nos acompanha nos shows, ela fez a tattoo do logo da banda no braço, cara , fiquei de boca aberta, isso é mais gratificante que qualquer pagamento em dinheiro, de verdade.

HMB: Em tempos de download ilegais e gratuitos pela rede, você acha que as bandas deveriam investir mais pesado no seu mechan, procurando agregar mais qualidade e preços justos dentro da nossa realidade econômica?
Digger: Sim, com certeza. Eu sou contra qualquer tipo de download, eu posso até escutar na internet e tudo mais, porém quero ter o material original, tenho mais de oitocentos CD's todos originais, o grande problema é o custo que você tem quando grava o material, automaticamente se o seu custo foi alto, a venda deste produto terá que ser alta, se for baixo o custo de produção, claro que vende mais barato, esse tipo de coisa é bem complicado, mais eu prefiro ganhar pouco, e vender bastante do que ganhar muito e saírem poucas peças do estoque, mais ai é cada um, cada um.

HMB: Um CD na mão das bandas em shows e até mesmo pelo site da mesma, não sai por mais do que 15 ou 20 Reais, um preço relativamente baixo em relação a tudo que é comercializado por ai, você acredita que mesmo com esse custo mais baixo, é possível diminuir esse preço para o consumidor final?
Digger: Como eu já disse, cada um cada um, eu tenho noção do que a Makinária Rock gastou para gravar seus discos, então sei até quanto posso vender, hoje em dia existem vários tipos de embalagens, formatos, tudo isso interfere no custo, por exemplo, o nosso ultimo CD o Cidade Rock não fizemos em caixa acrílica e tudo mais, foi simplesmente no envelope, com isso consigo repassar a um preço muito baixo, agora se eu tivesse gastado mais, caixa, digipack, encarte com cinquenta folhas, já não conseguiria vender com o preço que vendo hoje, vai muito do que você gastou para produzir, e você começa a contar desde a sua gravação, depois mixagem, masterização, confecção de capa, arte. Quanto custou X, OK, divide pela quantidade de peça e manda bala, é mais ou menos assim.


HMB: Como é a sua relação com produtores e casas de shows. E com que frequência a banda se apresenta?
Digger: Não tenho muitos problemas, de vez em quando aparece algum pilantra querendo que a banda venda ingressos para tocar e coisas parecidas, uma coisa que nunca fiz e não apoio ninguém a fazer é esse lance de vender ingresso pra tocar, muitas vezes em cada pulgueiro que pelo amor de deus, sem uma aparelhagem descente, nem água os caras dão as bandas e ainda exigem como se a banda estivesse pisando no palco do Wacken Open Air, mais eu particularmente nunca tive problemas mais graves, ate porque sempre cortei do inicio, deixo bem claro como a Makinária Rock trabalha, quer OK, não quer foda-se.
Nossa agenda é tranquila, um ou dois shows no mês, até mesmo por isso o Marcelo consegue administrar com as demais bandas que ele toca, não dá para tocar diretão, temos nossas atividades, trabalho, faculdade, família, é bem complicado, mais na medida do possível procuramos sempre estar mandando bala ao vivo.

HMB: Apoiado, agora para finalizar, planos para o futuro?
Digger: Continuar na estrada fazendo o bom e velho Rock N' Roll, acredito que até o final do ano já entraremos em estúdio para gravar material novo, temos algumas canções novas, vamos começar a trabalha-las e claro nosso DVD que não foi esquecido, apenas tivemos que adiar devido as trocas na formação.

HMB: Resuma Carlos Digger em uma frase ou palavra.
Digger: Batalhador

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixa aqui uma mensagem para os nossos leitores.
Digger: Obrigado a você JP e a todos que acompanham o HMB, muito legal este espaço que foge um pouco das entrevistas rotineiras que é muito blá,blá,blá e pouco conteúdo, vocês estão de parabéns.

E a todos que apoiam a cena nacional espero que continuem firmes, pois nós aqui acreditamos que coisas boas estão por vir, a nossa cena é rica só precisa ter mais união e menos rockstars "estrelinhas". Grande abraço a todos.