Michell, organizador do Máquina Profana Fest e guitarrista
da banda Mørgårøth, além de um batalhador assíduo e antenado com as novidades e
com os acontecimento marcantes do cenário da música pesada nacional. Confiram a
seguir.
Heavy Metal Breakdown: Antes de começarmos, obrigado pelo
seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale sobre você e
suas atividades.
Michell: Eu que agradeço. Sou Michell, um dos organizadores
do Máquina Profana Fest, que é um dos eventos que vem ganhando algum espaço. No
começo, éramos dois caras, foi quando o Danylo desligou-se dos eventos, porque
estava sem tempo para se dedicar, devido às suas atividades e problemas
pessoais.
O intuito de criar o Máquina Profana Fest foi o de unir bandas
Underground de vários estilos e mostrar que a cena está mais unida e ativa do
que nunca.
Mas sabíamos das dificuldades de se fazer eventos no
Underground, pois o público atualmente não dá muito valor para bandas autorais.
Não estou generalizando, mas sabemos disso, porém quando iniciamos os fests, no
final de 2010, fizemos porque amamos tudo isso.
Estou há quatro anos em atividade e nesse tempo muitas
bandas já passaram por aqui, então de certa formar contribuímos para que as
bandas tivessem seu espaço na cena Underground, ajudamos a divulgar o som das
bandas! Hoje os eventos são organizados por mim e pelo meu parceiro, Cristiano.
Além do Máquina Profana Fest, sou guitarrista da banda
Mørgårøth. Fazemos som próprio, com uma pegada bem crua e rápida, mas algumas
músicas também com uma pegada bem doom, porque, na verdade, cada um tem suas
influências. Então, juntamos tudo e levamos para nossa banda.
Sou o principal compositor e não me foco em um só assunto
pra compor as letras. Nosso batera, Christofer, sempre tem um letra, e na
maioria das vezes é bem interessante. No ensaio já transformamos a letra em uma
música. Eu tenho algumas letras que compus há mais de dez anos ou até mais
tempo que isso (risos) e usamos algumas delas na banda (risos).
E não posso deixar de falar de nosso baixista/vocalista,
Danilo Menezes, que fazendo um puta esforço pra se manter na banda, pois
sabemos das dificuldades para ele vir aos ensaios, pois ele mora um pouco longe
do estúdio em que a gente ensaia. Mas ele vem com muita dedicação e eu levo em
consideração pela atitude e pela força de vontade.
HMB: Como é organizado o Máquina Profana Fest, e que tipo de
apoio vocês têm para a realização?
Michell: Não critico quem também quer organizar eventos, mas
tenho a certeza de uma coisa, organizar um evento não é só chamar bandas e
colocar no ‘’pico’’ pra tocar. Eu acho isso uma falta de respeito com as
bandas.
Nos meus eventos, eu mesmo, particularmente, dou total
assistência, porque além de ser o organizador, faço toda a parte de divulgação,
parte técnica, fotografia, e estou sempre vendo se as bandas precisam de algo.
Vejo em alguns eventos simplesmente o pessoal organizar e deixar as bandas à
mercê, sem nenhum tipo de assistência. Fico muito descontente com tal atitude.
Já pensou um cara chamar você pra tocar em um lugar que você
nem conhece e deixar você lá à deriva? Se fosse comigo, eu mesmo chamaria a
banda e iríamos todos embora (Risos).
Em questão de apoio, entro em contado com alguns sites, ou
nas maiorias das vezes os sites me perguntam se podem publicar o flyer do
evento. Eu fico muito feliz, pois vejo meu esforço sendo valorizando. Aí então
pergunto se posso colocá-los como apoio no flyer do evento. Quando os sites
permitem, eu peço apenas que nos ajudem a divulgar o evento. Isso tem sido
feito com alguns sites, blogs, etc. Nesses 4 anos, nunca recebemos um não,
porque até eles gostam do nossos eventos .
Mas se ouvir um “não”, não vou desistir, porque, na verdade,
esse “não” vai servir para que eu me motive cada vez mais a manter aquilo que
amo fazer e que dedico parte do meu tempo para realizar.
HMB: E quais são os caminhos que você usa para divulgação do
Máquina Profana Fest?
Michell: Usamos os seguintes meios de comunicação: redes
sociais, nosso próprio site, as parcerias que conseguimos nesses 4 anos de
fest, e até mesmo flyers impressos que deixamos em algumas lojas da famosa
Galeria do Rock. Bem, não vou citar todos os sites porque provavelmente vou
acabar me esquecendo de algum, mas vou falar de um modo em geral. Sou muito
grato por acreditarem em nossa correria aos longos desses anos todos de fest.
HMB: Qual o seu critério ao chamar as bandas para tocarem no
Máquina Profana?
Michell: Não há muitas exigências, apenas peço que as bandas
me mandem um material para que seja feita uma audição para eu ter noção de como
será o desempenho da banda ao vivo. Que a banda tenha algum meio de contato nas
redes sociais, seja um page no Facebook, Myspace, Twitter, etc, e que
compareça, porque, caso contrário, estará tirando a oportunidade de outra banda
tocar no fest .
Se por acaso acontecer algum imprevisto, e a banda não puder
tocar no dia do Fest, que avise com antecedência para que eu possa colocar
outra banda no lugar para não desfalcar o cast. Estes são critérios básicos.
HMB: E como é o comparecimento do público ao Máquina
Profana?
Michell: Bem, nosso público só vem crescendo desde que
começamos, comparando com nossa primeira edição, em 2010. Mas tudo isso é bem
relevante, porque pedimos que as bandas também ajudem a divulgar o flyer nas
redes sociais, para que assim não somente nós, do Máquina Profana Fest,
possamos ganhar mais público, mas as bandas também, porque na maiorias das
vezes as bandas já tem seu público. Então somamos tudo com o nosso público que
nos acompanha nesses 4 anos de correria .
HMB: E você percebe um aumento deste público, uma vez que
acaba sendo um festival de bandas autorais?
Michell: Sim, percebo!
Porque mesmo as bandas sendo autorais, elas estão sempre ralando,
querendo mostrar seu som, tocando em diversos fests, e desta maneira elas
ganham mais reconhecimento perante seu próprio público e agregam novo público.
Até mesmo quando estou andando pelo meu bairro, alguém
sempre pergunta quando haverá outro Máquina Profana Fest? Ser reconhecido pelo
que tenho feito há 4 anos me deixa muito feliz.
Podemos dizer que temos um público fiel que gosta dos nossos
eventos, que reconhece nossos esforços para manter a chama do underground
acesa. Sempre recebemos elogios do público e das bandas.
Precisamos sempre apoiar bandas novas, incentivar essa
galera a aprender tocar um instrumento, arriscar-se a fazer o que gosta.
HMB: Fale sobre a sua banda.
Michell: A banda Morgaroth foi formada na Zona Leste de São
Paulo por mim, que sou guitarrista, pelo baterista Christofer, e depois vieram
o baixista José Andro e o vocal Ivan, que tiveram a ideia de montar a banda com
inspiração em bandas como Bathory, Possessed e Venom, entre outras. Depois de
um tempo chamamos Erick como segundo guitarrista, mas infelizmente ele não se
adaptou ao estilo da banda. A banda ficou com a pegada de Thrash/Black Metal.
Antes do primeiro ensaio, o guitarrista solo Erick saiu da banda por motivo de
diferença musical. Eu e o Christofer convidamos Rebeca Sayuri para fazer parte da banda para dividir o
vocal com Ivan, com isso, houve uma nova mudança de estilo. A banda começou a
fazer um Gothic/Black Metal com umas pegadas mais melancólicas, sendo que eu e
o Chirstofer somos os principais compositores da banda. A banda ensaiava no
estúdio localizado no Jardim Santo André, próximo à residência do baterista.
Depois, a convite do Elias, dono da Igreja Rock Bar, passamos a fazer os
ensaios ali por algum tempo. Depois de um tempo, decidimos parar de ensaiar
para nos dedicarmos às composições. José Andro decidiu sair da banda, pois
teria que mudar para outra cidade. Dani entrou para substitui-lo. Mas, depois
de algum tempo, devido ao seu trabalho, Dani saiu e José Andro retomou seu
lugar.
Infelizmente, nossa vocalista, Rebeca Sayuri, saiu. Com
isso, Ivan e José Andro resolveram sair novamente da banda. No lugar do Ivan
entrou Danilo Menezes, que assumiu o vocal e o baixo.
Formação atual: eu, guitarra solo e backing vocal, Danilo
Menezes, vocal e baixo e Christofer, bateria.
HMB: E como tem sido as apresentações da banda? Possui algum
material gravado?
Michell: Bem, estamos naquela fase de ensaios e composições
e estamos nos preparando para começarmos as gravações da nossa primeira demo.
E quanto às apresentações, não nos preocupamos muito, porque
queremos nos aperfeiçoar cada vez mais antes de começarmos a tocar com mais
frequência. Tocamos recentemente em um evento, substituindo uma banda que havia
faltado.
Temos alguns vídeos, mas nada oficial. Não são de boa
qualidade, pois gravamos apenas para ver se havia necessidade de algumas
mudanças.
HMB: Vocês são uma banda de Black Metal, abordam apenas esse
tema em suas letras ou procuram variar?
Michell: Bem, não abordamos um único tema, falando de
demônio, acho que já tem muitas bandas fazendo isso (risos ...).
Eu, como principal compositor da banda, abordo vários temas
nas letras, não gosto de ser repetitivo. Algumas letras que fiz há anos, uso
hoje na Morgaroth, desde que se encaixem no perfil da banda.
Tenho certeza se fica nessa de só falando só de um tema por
que seja legal que as maiorias das pessoas curtam acho que fica uma coisa bem
enjoativa.
Mas os temas que mais abordamos são satanismo, guerras e a
realidade em que vivemos no nosso cotidiano. Temos músicas mais lentas que
fazemos com pegada doom e músicas mais rápidas, que é pra ver “o circo pegar
fogo’’(risos).
HMB: Planos para o futuro?
Michell: Meus planos para o futuro são: viver sempre um dia
após o outro, mantendo-me com os pés no chão e mantendo a minha banda a mil, e
dar continuidade ao Máquina Profana Fest. E, finalmente, lançar o demo da
Morgaroth.
HMB: Resuma Michell em uma frase ou palavra.
Michell: Sou muito grato a todos e a todas as bandas que
acreditam na nossa correria, tudo em prol de manter a chama do underground
sempre acessa.
“Juntos somamos e fazemos toda a diferença, pois acreditando
em nossa capacidade, seremos capazes de ir muito mais além do que pensamos.’’
HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este
belo bate-papo, deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.
Michell: Eu que agradeço pelo espaço, pois através destas
sinceras palavras, pude me expressar e falar um pouco da minha contribuição à
cena underground. Estou fazendo a minha parte como um admirador de música boa e
bem feita com qualidade e dedicação.
Quero agradecer a todos que lerem a entrevista. Valeu por
estarem lendo, quero agradecer a todos que nos acompanham nesses quatro anos de
Máquina Profana Fest. Ao Elias, do Igreja Rock Bar, pelo espaço dado a nós do MPF.
E a todas as bandas que já tocaram e que ainda vão tocar em
nossos fests. Só tenho a agradecer pela disponibilidade. E à galera que curte nossas páginas no facebook e que
acompanha as matérias diárias no nosso blog. Quero ver todos vocês agitando em nosso fest. “Vamos que
vamos!” Abraço a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário