Desta vez conversamos com o jornalista, blogueiro e acima de tudo
Headbanger, Vitor Hugo Francheschinni,que nos proporcionou uma conversa
agradável e muito esclarecedora sobre sua dedicação ao Heavy Metal, confiram:
HM Breakdown: Antes de tudo, obrigado pelo seu tempo e
por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, nos fale sobre você e suas
atividades.
Vitor
Hugo Francheschinni: Olá JP, é um prazer responder à sua entrevista e parabéns
pelo seu blog. Olha, primeiramente vou falar da minha vida profissional. Sou
jornalista graduado e trabalho na TV Uniara, que é uma TV universitária onde
faço matérias institucionais. Também sou repórter de cultura e meio ambiente na
Uniara FM, ambas se localizam em Araraquara, interior de São Paulo. Por fora
edito o blog Arte Metal e apresento junto com o Christiano KODA, o Web programa
Arte Extrema, além de colaborar com o portal Whiplash e a revista digital Hell
Divine. Ou seja, eu trabalho com jornalismo, brinco com jornalismo e tenho como
principal hobby o jornalismo (risos).
HMB:
Quais foram as dificuldades do momento em que você resolveu ser jornalista até
hoje? Você acredita que esta seja uma profissão mais idealista?
Vitor
Hugo: As dificuldades existem até hoje. Não é uma profissão respeitada, tanto
que o tramite da regulamentação do diploma não foi resolvido até hoje. É uma
profissão pra quem realmente a ama, exige dom. Muitos podem achar que comentar
na TV, escrever um artigo específico em um jornal ou apresentar um
programa/jornal (seja em TV, web ou rádio) é jornalismo, mas o buraco é mais
embaixo, aliás, muito mais embaixo.
HMB:
E podemos acreditar que ser jornalista especializado em HM seja muito mais difícil?
Vitor
Hugo: Sim. Assim como ser músico de Heavy Metal (não é não?). Afinal isso não é
levado a sério, principalmente no Brasil. Muitos acham que, por fazermos esse
trabalho por prazer, além de não ter retorno financeiro, isso não é algo
'profissional'. Mas uma coisa eu faço questão de enfatizar: é imensamente
prazeroso!
HMB:
Então, o que te motiva a seguir em frente?
Vitor
Hugo: Sem sombras de dúvidas é fato de fazer o que gosto, o que amo na verdade.
Amo minha profissão que tem todos os percalços de qualquer outra, mas é o que
eu gosto de fazer. Não tem preço se sustentar fazendo o que gosta. Pelo lado do
Metal/Rock o amor pelo estilo. Costumo dizer que todo jornalista/crítico de
música é um músico frustrado, mas sempre um fã, um apaixonado e isso me faz
querer continuar.
HMB:
Como jornalista, o que deixa irritado, ou melhor, em qual situação do seu
trabalho você tem vontade de matar alguém?
Vitor
Hugo: Na verdade nunca passei por situação a ponto de querer matar alguém, sou
bem calmo. A única pessoa que eu já quis matar foi eu mesmo (risos). Mas o que
me irrita na verdade são os egos de alguns jornalistas que acabam queimando a
categoria toda. Como diz o coordenador do curso que foi graduado: "Médico
pensa que é Deus, jornalista tem certeza". No meio Metal, recentemente,
passei uma situação muito chata que até desabafei no facebook, mas não dei nome
aos bois e nem vou dar. Fiz uma resenha positiva, enaltecendo a banda e recebi
uma mensagem 'in box' de um dos integrantes criticando a resenha e dizendo que faltava informações nela, que
eu deveria ter esperado receber o CD para resenhar. Detalhe, o sujeito não
agradeceu a resenha em momento algum e sequer citou os pontos positivos que foi
maioria esmagadora na resenha. Outro detalhe: eu tinha recebido o CD da
gravadora da banda e o babaca nem sabia.
HMB:
E pelo meu ponto de vista, a cena é bem cheia dessas babacas! Mas mudando o
assunto, Qual o principal objetivo do programa Arte Extrema? Já que vocês
adotam uma postura muito diferente em relação ao programa, uma coisa mais
intimista, mais pessoal.
Vitor
Hugo: Cara, por incrível que pareça não há muitos babacas assim na cena não,
pelo menos eu tive apenas esse caso em mais de 7 anos de serviços prestados.
Enfim, quanto ao Arte Extrema temos o objetivo de divulgar a arte underground
de uma forma geral de uma forma descontraída (para desmistificar aquela coisa
de 'bad boy' do público). Lembrando que o nome não condiz com os gêneros que
queremos abordar, pois é apenas a junção dos nomes do meu blog e o do Koda
(Arte Metal e Som Extremo). A gente divulga o rock de uma forma geral (como
todo seu leque), além de livros, filmes, sites, vídeos que não sejam
'mainstream'.
HMB:
E como tem sido a aceitação do programa e como tem sido a busca e resultados
das parcerias para sua realização?
Vitor
Hugo: A aceitação tem surpreendido. Eu e o Koda já tínhamos a ideia desde o
meio do ano passado, mas, como somos enrolados (risos) só a colocamos em
prática no terceiro bimestre (até que não demorou tanto). Sinceramente
esperávamos que atingíssemos no máximo 100 views por programa, mas a média hoje
é de mais de 500 views o que nos surpreendeu. Alguns programas passaram das mil
visualizações e a gente ficou até sem reação. O carinho do pessoal tem
surpreendido também, pois levamos poucos xingos (a maioria no site do Whiplash)
e a gente adora isso. Já fomos até reconhecidos em eventos e na rua e isso é
estranho e gratificante ao mesmo tempo. Quanto às parcerias temos tido uma
aceitação e interesse ainda maior pelo lado de gravadoras, assessorias, mas na
parte financeira é zero. Ninguém anuncia ou aposta em um programa com este tipo
de conteúdo ou segmento. Mas, sempre estamos de portas abertas tanto que
estamos na TV também através do canal da NET no espaço da TV Uniara e na TV
Circulando, que é uma TV fechada. Ambos só passam em Araraquara, interior de
São Paulo e região.
HMB:
Uma conquista grande, por sinal. Mas vocês estão abertos aos anunciantes?
Preferem que sejam do segmento, ou topam a divulgação de qualquer serviço?
Vitor
Hugo: Sim, estamos abertos para anunciantes e pode ser de qualquer segmento
desde que não seja algo que prejudique alguém, se é que me entende. Já temos
até o apoio da Minuére Filmes que trabalha essa área de marketing e procura os anunciantes.
HMB:
Planos para o futuro?
Vitor
Hugo: Não tenho planos para o futuro, a não ser crescer profissionalmente mas,
de uma forma com mais conteúdo e não necessariamente financeiro ou de status,
assim posso dizer. Eu costumo deixar acontecer, a única coisa que já planejei
foi tomar uma cerveja no final de semana. (risos)
HMB:
Resuma Vitor Hugo Franceschini em uma frase.
Vitor
Hugo: Nada pra esconder, tudo pra descobrir.
HMB:
Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixe aqui
uma mensagem aos nossos leitores.
Vitor Hugo: Agradeço pela entrevista, que foi uma
das mais bacanas das 2 que respondi (gargalhadas). Só quero desejar sucesso a
você JP seja com sua banda, com o blog, com a família. Abraço a todos!
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