sábado, 31 de maio de 2014

Sandro Silva, perseverança


Sandro Silva, um cara concentrado, tranquilo, nascido em Maceió (AL) e criado em Caruaru (PE), formou o Alkymenia com seus dois irmãos, arriscou tudo e partiu para conquistar o mundo. Lançou CDs, encarrou a velha e boa estrada, vindo para São Paulo em busca da tecnologia para sua música e também, desbravou terras internacionais, sempre carregando a bandeira do Heavy Metal brasileiro com seu Thrash Metal brutal, rápido e muito original.  Confira um pouco da história deste verdadeiro batalhador do cenário nacional.

HM Breakdown: Antes de tudo, obrigado pelo seu tempo e pro nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, nos fale sobre você e suas atividades.
Sandro Silva: Primeiramente quero agradecer ao Heavy Metal Breakdown pelo apoio ao Metal Nacional! Sou Sandro Silva guitarrista da banda Pernambucana, Alkymenia e também desenvolvo atividades de produção musical no estúdio Datribo.

HMB: Fale como é a cena pernambucana da música pesada?
Sandro: Existem várias dificuldades como em qualquer lugar do Brasil. Mas é bem forte também! Tem ótimas bandas e o publico realmente coopera e vai aos shows.

HMB: Vocês vieram para São Paulo para gravar o CD, "Dark and Nebulous. Como foi o período da gravação e o tempo que passaram aqui?
Sandro: Foi bem bacana! Viemos em dois períodos, final de 2010 e começo de 2011. Já tínhamos ouvido falar do estúdio e da sonoridade singular que o Ciero é capaz de reproduzir nos álbuns. Queríamos justamente soar como uma banda de verdade, ter um som mais orgânico, soco na cara mesmo! Quem ouve o "Dark and Nebulous" entende o que estou falando. A melhor coisa que fizemos foi ter gravado esse álbum aqui em São Paulo a banda evoluiu bastante depois dele.

HMB: Qual foi a  repercussão do CD?
Sandro: Foi muito boa! Depois que lançamos o CD tocamos em vários eventos e festivais importantes do Brasil. Pena que não tivemos uma boa distribuição e também fomos bastante prejudicados pela empresa que ficou responsável pela prensagem do mesmo que praticamente, cagou na arte gráfica e em outros aspectos do CD.

HMB: Como foi participar do Wacken Open Air Metal Battle como representantes do seu Estado?
Sandro: Fomos pegos de surpresa! (risos) a primeira seletiva foi em Recife. Nós e mais quatro bandas de Recife e cidades vizinhas íamos disputar uma  vaga na final que  aconteceria uma semana depois no Rio de Janeiro. Foi nosso primeiro show na capital estávamos bastante tensos! (risos) No final das contas tudo deu certo vencemos essa  seletiva regional e uma semana depois estávamos no Rio de Janeiro disputando a seletiva nacional com mais onze bandas do Brasil inteiro. Foi uma ótima experiência! Fizemos vários contatos e amigos e percebemos o quanto o país é rico em termos de Heavy Metal.


HMB: Vocês já tem uma turnê pela Europa na bagagem, qual foi a aceitação da banda por lá e que lembranças você tem dessa viagem?
Sandro: A galera tem uma admiração e um carinho todo especial as bandas Brasileiras! Tivemos uma ótima resposta do publico europeu a turnê percorreu vários países e conhecemos pessoas fantásticas. Já recebemos propostas de retorno, talvez em 2015 iremos para lá novamente.

HMB: Mas você acredita que uma banda precisa estar no eixo Rio/São Paulo para ter mais chances de divulgar o seu trabalho?
Sandro: Acredito que sim! Na realidade o melhor a fazer é sair da zona de conforto e almejar novos voos.  O eixo Rio/São Paulo é bastante rico em termos de informação você está bem perto de tudo que acontece.

HMB: Como você lida com a internet e mais precisamente, com as redes sociais? Acha que é uma ferramenta fundamental para a divulgação do seu trabalho?
Sandro: Com toda certeza! É muito importante! As redes sociais tem um papel fundamental na divulgação do seu trabalho. Tudo que acontece com a banda, fazemos questão de postar. Esse lance de interagir com a galera que curte seu som, é muito bacana.

HMB: Mas temos o outro lado da moeda também, já que muitos usam do anonimato da rede para desmerecer o trabalho das pessoas, você já passou por isso?
Sandro: Sim, diversas vezes. Esse tipo de gente é o que mais rola. Se esconder por traz da "telinha" é fácil, difícil mesmo é fazer um trabalho bacana e sincero com você mesmo porque isso tem que ter batalha, dedicação e essas pessoas gastam o tempo delas escrevendo essas besteiras. A maioria delas tem medo de falar suas opiniões pessoalmente. Cara a cara. O que devo falar? Ridículo! (risos).

HMB: Como anda a estada do Alkymenia em São Paulo? Estão desenvolvendo algum trabalho específico por aqui, ou pretendem se fixar em São Paulo?
Sandro: Está tudo correndo bem! Estamos em processo de pré-gravação do novo CD da banda! Nossa intenção é ficar aqui em São Paulo mesmo.

HMB: Como está sendo essa mudança para um grande centro? Já se adaptou a correria do dia a dia?
Sandro: Já estamos bem adaptados! A cidade é frenética. Muita coisa acontecendo o tempo todo. Tentamos nos manter atualizados em acompanhar toda essa movimentação típica daqui. Buscávamos justamente essa "correia" de cidade grande. Esse turbilhão de coisas acontecendo, barulho dos carros, cidade que nunca dorme. Isso nos inspira!

HMB: Como é conviver com mais dois irmãos no dia a dia, e mais, como descreverias as facilidade e dificuldades em se ter uma banda “familiar”?
Sandro: Legal que estamos sempre bem entrosados musicalmente falando. É ótimo tocar com meus irmãos eles aceitaram encarar a vida na estrada e abrir mão de tudo por um único propósito! Sinto-me privilegiado. Porém também temos nossas diferenças e desavenças.. Mas se colocarmos tudo isso numa balança o lado positivo fala bem mais alto.

HMB: E como sua família vê isso?
Sandro: A nossa mãe sempre nos apoiou! Apesar da saudade que ela sente quando estamos viajando. Ela fala que é como se faltasse um pedaço dela quando estamos longe. Lembro-me do meu primeiro violão que ela me deu aos 14 anos de idade quando eu ainda não trabalhava e tomava conta dos meus irmãos mais novos pra ela trabalhar. Aprendemos com ela, saber esperar as coisas, batalhar e sempre correr atrás dos nossos sonhos. 


HMB: Você acha que o apoio familiar é fundamental para quem quer seguir uma carreira como músico?
Sandro: É bacana esse apoio se for verdadeiro como no nosso caso. Mas creio que mesmo se não tivéssemos, lutaríamos para conseguir nossos objetivos do mesmo jeito. Isso já faz parte da gente! Quando sonhamos com algo temos o combustível pra percorrer o caminho não importa quantos obstáculos tenham, manter o foco isso sim é fundamental!

HMB: E os shows? No seu modo de ver falta público, banda ou organização?
Sandro: Creio que estamos passando por uma transição. O impacto das redes sociais, gravadoras quebrando, pirataria e etc. O público está consumindo música de outra maneira agora. Cabem às bandas independentes desenvolverem mecanismos para se destacar nesse meio. Ótimas bandas e publico é o que mais temos. Acho uma tremenda merda o sujeito reclamar da "cena". Que tal melhorar a banda? Porque não lançar um bom material? O que é que eu como músico/banda preciso fazer pra ganhar atenção do publico e da mídia? Produtor picareta tem em tudo quanto é lugar. Se você não tem publico, se os shows estão ruins, a culpa é inteiramente sua! Esqueceu que damos a cara pra bater quando subimos num palco ou quando decidimos encaram os percalços dessa profissão?

HMB: Planos para o futuro?
Sandro: Lançar material novo e cair na estrada passando por lugares que ainda não tivemos a oportunidade de passarmos.

HMB: Resuma Sandro Silva em uma palavra ou frase.
Sandro: Perseverança.

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.
Sandro: Obrigado pela entrevista. Fiquei lisonjeado com o convite! Sempre acompanho o blog. Abração aos leitores e aos que compõe o Heavy Metal Breakdown!

Um comentário:

  1. Foda mano... Além de Humilde toca muito e entende do que fala o/ sandro parabéns e sucesso sempre o/

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